A CRIANÇA E A COBRA
O fato ocorreu, há alguns anos, em um vilarejo, nas proximidades de Rio Preto, onde passava a estrada de ferro.
A mãe, que era casada com ferroviário, levantou cedo para aprontar o café da manhã da família, passando a seguir a lavar as roupas da semana.
As roupas já haviam sido torcidas, sendo colocadas na vasca ali existente, a fim de serem alvejadas.
A mãe tendo deixado o seu filho de poucos meses, dormindo no chão e acomodado em uma bacia grande.
De vez em quando olhava para a criança, esperando que nada de anormal pudesse ocorrer.
Mas, de repente, viu que uma grande cobra passava por cima da bacia onde a criança se encontrava dormindo.
A mãe levou um grande susto, implorando a todos os santos que nada acontecesse com a criança.

A cobra acabou passando por cima da bacia onde a criança dormia, caminhando em seguida para um curral ali existente.
A mãe, como nada tinha acontecido com o filhinho, recolheu-o nos seus braços, levando-o para o interior da casa para dormir em seu berço.
Um ajudante ferroviário foi chamado para encontrar o animal peçonhento, sendo que, depois de localizado, foi colocado com ajuda de um cabo de madeira, que tinha um laço em uma de suas pontas, em uma caixa.
Essa caixa, com o animal em seu interior, foi remetida para o Instituto Butantã, em São Paulo, para estudos e pesquisas.
A mãe, como era muito religiosa, nada tendo acontecido com o seu filho, fez uma novena para São Francisco de Assis, o santo dos animais.
Seguiu-se uma oração que protegia aquele lugar que dizia:
“Jesus, Maria, José e São Bento, quatro grandes nomes da religião, fazei com que as cobras desse lugar, desapareçam, em nome de Nossa Senhora do Desterro. Amém.”
JARBAS MIGUEL TORTORELLO