A ORIGEM DO GUARANÁ
O guaraná vem a ser uma planta com propriedade medicinal, sendo o refrigerante preparado com o pó de sua massa e, com ele, também são confeccionados vários objetos e adornos decorativos domésticos, como bandejas, pratos, vasos, copos, frutas e animais
Os indígenas serviam os membros da tribo o refresco feito de pó de guaraná antes das guerras, das pescarias e das caçadas, a fim de que os índios tivessem mais energia e mais vigor durante a execução dessas árduas tarefas, visando a própria sobrevivência dos habitantes da aldeia.
Alguns sacerdotes que viveram entre os índios Maués, grupo que habitava onde hoje se situam os Estados do Amazonas e do Pará, observaram que esses indígenas, após a ingestão dessa bebida, tinham mais força e não tinham fome, servindo também esse refrigerante para a cura de outros males.
A fruta do guaraná possui uma casca rubra e, quando amadurece, aparece uma polpa branca, sendo que as suas sementes se assemelham em muito com os olhos humanos, sendo que uma lenda indígena atribui a origem desse arbusto a Curumin, um índio pequeno que, em sua tribo, protegia a todos nas guerras, nas pescas e nas caçadas.
Ocorre que, em certa ocasião, apesar de toda a proteção que o povo indígena oferecia a Curumin, a segurança foi burlada e um gênio do mal, representado por uma cobra venenosa, feriu o indiozinho que, em razão da picada recebida, acabou falecendo.
A tribo, apesar da tristeza, da lamentação e do desespero, recebeu uma mensagem do deus Tupã no sentido de que, antes do sepultamento de Curumin, os seus olhos deveriam ser arrancados e plantados em terra firme e boa e o local deveria ser regado durante quatro luas, a fim de que ali nascesse uma planta vital que, quando sorvida em forma de refresco feito do seu pó, daria disposição e força aos jovens e um revigoramento aos mais idosos.
Os pajés não tiveram nenhuma dúvida, morto Curumin, tiraram e plantaram os seus olhos, regando o local do sepultamento durante as quatro luas seguintes, nascendo ali, depois de um determinado tempo, uma planta milagrosa e batizada com o nome de guaraná.
O pó produzido pelo fruto dessa planta, depois da realização de experiências , passou ser considerado, não só como um santo remédio para uso diário, mas também como um estimulante, aumentando em muito a resistência muscular, com a diminuição da fadiga psíquica.
Sendo um fruto possuidor de cafeína, o seu uso gera um pensamento nítido e claro, com a suavização do cansaço, tonificação das vias coronárias, regularização do ritmo do coração e, segundo alguns entendidos, também sua ação vem a ser ligeiramente afrodisíaca.
O nome científico dessa planta indígena, originária do Amazonas e do Pará, vem a ser “Paulinnia Cupana”, sendo que as suas propriedades foram desenvolvidas no século XVIII pelo médico botânico europeu F.C. Paullini e, popularmente, passou a ser conhecida como guaraná, refrigerante aceito e vendido em todo o mundo, fabricando-se também com ele os pós, barras e vários tipos de xaropes.
O conhecido por Velho Mundo produz há muito tempo esse refrigerante, principalmente nos países de origem lusitana, que originariamente importaram o produto do Brasil, mas, os países do leste europeu fabricam uma bebida energética com o pó de guaraná, inclusive sendo conhecida por esse nome, sendo digno de registro que, em vez de ser um refrigerante como aqui e em outros lugares, ela tem um sabor bastante acre e sendo recomendada como de efeito cardioacelerador.
Embora os indígenas amazonenses, durante muito tempo, depois da perda de lutas e guerras com tribos inimigas, tendo as suas pescas e caçadas parcialmente frustradas, na verdade o aparecimento da planta conhecida por guaraná, depois do conselho do deus Tupã, a tribo voltou a ser forte, guerreira e destemida, não tendo sido em vão o sacrifício do indiozinho conhecido por Curumin, o verdadeiro salvador, com os seus olhos, daquele povo que sempre viveu nas selvas brasileiras.
JARBAS MIGUEL TORTORELLO