A VIÚVA

16/01/2017 12:09

        Uma viúva, aparentemente com menos de quarenta anos, pelo telefone, marcou uma consulta com o advogado Doutor Mário, seu conhecido.

         A consulta foi marcada para o dia seguinte, às quatorze horas.

         Sueli compareceu no horário marcado, pagando a consulta para a atendente.

 

         A viúva, bem vestida, com ar de alegria em seu rosto atraente, já foi direta ao assunto.

         - Doutor, como vai o Senhor, há tempo que não nos vemos, a minha consulta vem a ser sobre a possibilidade de me arrumar um namorado.

         - Ora, Dona Roseli, na minha profissão de advogado não posso resolver esse problema tão estranho e complicado ...

         - Pode, sim, Doutor, faça-me esse favor, pois o Senhor sabe que, quando solteira, quais eram todos os meus pretendentes que até hoje não se casaram e, além do mais, em seu escritório atende viúvos aposentados e homens separados ou divorciados.

         Ambos continuaram conversando por mais uns dez minutos e despediram-se.

         O causídico, em sua mesa de trabalho, estava meio atrapalhado por entender, e com muita razão, que não poderia encontrar um homem disponível para aquela sua cliente e amiga, para viverem uma vida em comum.

         A missão dele era quase impossível, mas, não comentou o caso com ninguém, por entender que o problema seria mais próprio para programas de televisão.

         Ora, se contasse o caso para alguém não honraria o segredo profissional da classe e poderia passar até por mentiroso nessa questão meio estapafúrdia.

         Mas, para o seu sossego por volta do período da tarde do dia seguinte, o seu telefone tocou.

         Era exatamente ela, a viuvinha, avisando que tinha arrumado para si um companheiro que trabalhava no metrô da Estação da Luz.

         Dizia ela que ele já era casado, mas esse pormenor não tinha a mínima importância porque ele já estava quase separado de sua atual esposa.

         Esta, queria saber somente de frequentar bailes de forró nos fins de semanas, chegando em casa cansada, alcoolizada e de madrugada.

         A viúva ainda lhe comunicou que queria mais era um filho, não importando quem fosse o pai, dizendo ainda que seu falecido marido era portador de uma disfunção sexual, não sendo capaz de gerar filhos.

 

JARBAS MIGUEL TORTORELLO