AQUELES PASSATEMPOS INFANTIS
Nadar no “formigão”, um poço existente no rio que ali passava, era um passatempo predileto das crianças daquela cidade.
O tronco de uma árvore tombada que atravessava esse rio, era o trampolim usado para dar saltos e fazer acrobacias.
A localização dessa piscina natural, não muito longe da área urbana, em espaço bastante arborizado, ficava a montante, sem possibilidade de suas águas ficarem poluídas pelos esgotos.
Nadar nesse rio, a partir da cidade, em sentido favorável à correnteza, nem pensar e muito menos pescar, devido ao mau cheiro e sujidade das águas.
Mas, a natação nesse “poço” não era a única distração, as crianças dali que, de estilingue no pescoço, também sabiam jogar futebol nos campos de terra.
Outros jogos também eram praticados, como rodar arcos e pneus pelas ruas, escorregar pelos barrancos em pedaços de papelão e jogar petecas e “bafo” com figurinhas repetidas dos álbuns.
Uma brincadeira também favorita, mas perigosa, era pegar rabeira nos vagões dos trens de carga em ferrovia em que ali passava.
Somente hoje podem ser avaliados os perigos que se expunham as molecadas ao praticar esse tipo de diversão.
Jogar “biroca” com bolinha de gude, soltar “pipas” em terrenos baldios, colecionar “tampinhas” amassadas pelas rodas dos trens, balançar nas cordas amarradas nos galhos das árvores, também eram entretenimentos simples e baratos.
Como presentes de natal as crianças ficavam contentes quando recebiam brinquedos artesanais colocados em seus calçados deixados debaixo das camas ou nas janelas, todas elas acreditando que durante a madrugada o Papai Noel por ali tinha passado, carregando nas costas um saco cheio de presentes.
O bom “velhinho” natalino, vestido de vermelho e longas barbas brancas, vinha a pé, não havendo necessidade de ser transportado em suas viagens fantásticas e mágicas por trenós puxados por renas, um costume enraigado nas lendas de todo o mundo.
JARBAS MIGUEL TORTORELLO