LICURGO

01/02/2018 12:11

 

O garoto ainda não nascera, mas já era batizado com nome de Licurgo, um filósofo grego.

A mãe queria que ele fosse Júlio César, mas o pai dizia que esse nome, além de ser um rei romano, fora de um goleiro da seleção brasileira.

É verdade que Júlio César jogara muitas partidas, mas não aprovado pelas torcidas nacionais.

Licurgo, pois, seria o nome da criança que estava por nascer, mesmo porque já tinha até roupinhas compradas, embora em pequenas prestações mensais.

Licurgo renasceria assim no Brasil, com uma homenagem ao seu passado helênico.

O pai, que trabalhava em construções, acreditava que Licurgo faria uma brilhante carreira como brasileiro.

Chegando a idade escolar, todos admiravam aquele quase desconhecido nome, que com ocorrer do tempo, fora apelidado por seus colegas de Huguinho.

Os pais e seus amigos ficaram com o batismo popular do seu nome.

Mas, Huguinho, no colegial passou a fazer parte do exército brasileiro, embora não passando de um competente cabo.

Colocado depois de muito tempo de trabalho, como reserva do exército, já não servia para fazer parte do batalhão de soldados.

Assim, terminou a carreira de Licurgo, nascido para ser um grande general, mas nunca passando de um pobre soldado engrandecendo as fileiras dos nossos combatentes.

 

JARBAS MIGUEL TORTORELLO