O BOQUIRROTO
O Professor de comunicação referindo-se a um aluno alegre, divertido e bastante falante, chamou-o de boquirroto, perante todos os seus colegas.
Poucos sabiam a sinonímia dessa palavra e, sob a consulta em um dicionário, não havia dúvida que ela existia, que ela era real, significando que se tratava de uma pessoa tagarela e falastrona.
O aluno, um verdadeiro falastrão, ao tomar conhecimento do significado dessa palavra quase desconhecida, acabou por aceitar pacificamente a alcunha de boquirroto.

Ele mesmo sabia que era um jovem sem língua nos dentes, falando até pelos cotovelos, fato reconhecido pelos próprios familiares.
Esse aluno, hoje já adulto, registrou-se em sua cidade como candidato a vereador, disposto a ocupar uma cadeira onde poderia falar bastante.
Registrou-se no cartório eleitoral com o seu nome de batismo, mas, para efeito de votação valeria o seu apelido “boquirroto”, tendo recebido um número para essa disputa.
Em seu programa dizia que queria, quando no exercício do cargo de vereador, ser como Sílvio Santos, um político que falasse bastante a respeito dos problemas do povo.
Foi eleito com uma boa votação, ajudado pelos seus parentes, amigos e colegas, sendo que “boquirroto”, agora já escolhido como vereador, dizia que a sua luta seria em benefício dos deficientes vocais, disposto a fundar, a nível nacional, uma associação que lutasse pelos direitos dessas pessoas.
JARBAS MIGUEL TORTORELLO