O CAPITÃO-DO-MATO
Na escravidão negra no Brasil, o senhor do engenho era dono de todos que ali viviam, dispondo deles da mesma forma que dispunha dos bens materiais.
O trabalho escravo predominava nas grandes propriedades açucareiras, devendo ser lembrada que a pessoa que exercia a função de capitão-do-mato era incumbida de caçar os escravos fugitivos.
Essa vil atividade era exercida na maioria das vezes por um mulato ou mesmo por um ex-escravo, despertando o ódio dos prisioneiros.
Toda atividade social, vivia em total dependência dos senhores dos engenhos.
Os africanos, na realidade, eram trazidos em condições subumanas, não tendo direito mesmo a nenhum tipo de liberdade.
Eram levados ao mercado para serem examinados, com mercadorias ou animais, ocasião em que já tinham sido separados de suas famílias de origem.
Durante a noite eram colocados em senzalas, sofrendo grande vigilância para não escaparem, uma vez que os senhores tinham aplicado muito dinheiro em suas aquisições, todas elas feitas mediante a lavratura de uma escritura pública de compra e venda.
No inicio da época colonial, o capitão-do-mato era tido como um servidor público, incumbido e responsável pela repressão de pequenos delitos ocorridos no campo.
Na sociedade escravagista entre os séculos dezessete e dezenove é que sua principal tarefa passou a ser de captura dos escravos fugitivos e, na realidade, ele passou a ser pago para essa atividade vergonhosa.
Não há dúvida que a história brasileira deveria apagar e riscar em todos os sentidos essa parte ignominiosa e vergonhosa para o nosso país.
JARBAS MIGUEL TORTORELLO