O CORRETOR DE SEGUROS
O corretor de seguros foi fazer uma visita em um bairro da periferia paulistana.
Visitou uma casa que parecia pertencer os seus moradores à classe média.
Não era muito tarde, mas os seus moradores em número de quatro, já tinham voltado dos seus serviços.
O corretor, nem começou a falar, ocasião em que apareceu ali uma pessoa que por sua aparência deveria ser o chefe da casa, que foi logo dizendo:
- Não queremos comprar nada, meu senhor, mas ficamos muito assustados com a sua maleta repleta de muitos papéis.
- Ora, respondeu o corretor, não sou vendedor de nenhum produto, não precisam ficar preocupados, apenas vim aqui para oferecer segurança aos familiares com aquisição de apólices de seguro de vida.
- Mas, o que é isso? Por que esse seguro que o senhor fala é tão importante?
O corretor, vendo que a venda de seguros ali seria quase que impossível, após preencher as fichas cadastrais das pessoas que ali residiam.
Explicava o corretor que interessado tinha que pagar uma prestação mensal e, em caso de sua morte ou invalidez, o beneficiário tinha direito a receber uma determinada importância, a título de indenização.
Quando ouviram a explicação do pagamento de um prêmio mensal, o chefe da casa foi logo falando que as rendas de suas profissões eram baixas, não podendo arcar com compromissos dessa espécie e natureza.
Quanto mais o corretor explicava a respeito das apólices de seguro, mais eles se desinteressavam pelas suas aquisições.
Na conversa mantida, não somente o dono da casa falava, mas também todos aqueles que ali residiam.
Depois de uma hora de conversação, o corretor já reconhecia que daquele mato não sairia coelho.
Pegou então um caderninho pessoal, agendando uma próxima visita naquele endereço dentro de sessenta dias.
Mas, o corretor jamais cumpriu esse agendamento, concluindo que de fato aqueles moradores não tinham condições de pagar os prêmios mensais.
O corretor era novo nessa profissão, mas aquela visita serviu-lhe de experiência, aprendendo que somente poderia falar em seguro de vida para as pessoas abonadas, que tinham um rendimento bem acima da classe média.
JARBAS MIGUEL TORTORELLO