O ENVELHECER

07/08/2017 11:25

 

O ato de envelhecer vem a ser uma rotina na vida do homem desde os tempos imemoriais.

Para Rachel de Queiróz, em artigo escrito, decerto que não estava em um dia de boa inspiração, chamado “Não aconselho envelhecer”, ela considera diversos prejuízos causados pelo envelhecimento, afirmando que ele vem a ser uma “espécie de AIDS a longo prazo”.

Esqueceu-se ela que, na verdade, “sempre há um menino em todos os homens”.

Assim a criança incrustada no pensamento de uma pessoa idosa, jamais pensaria dessa forma desastrosa e negativa a respeito dessa fase de vida, embora seja a última e derradeira, irrenovável.

Há que se considerar ainda que uma pessoa quando chega a um envelhecimento “noventário”, a mídia é mestra em exibir isso ao telespectador, mostrando o nosso “herói” guiando um burrico, descendo dele dançando e cantando canções folclóricas, como se fosse uma criança.

O público, encantado, vibra com isso, esquecendo-se que ele tem necessariamente passar por essa fase complicada.

Quanto ao viver, a pessoa deveria receber uma senha secreta de vida longa, sendo esse cartão expedido em via única, com validade quase eterna.

Mas, na realidade, a vida é feita como ela é, não admitindo fuga do seu roteiro.

Vale a lembrança no sentido de que a juventude anda em grupo, sempre se divertindo, levando a crer que a vida será sempre eterna e imutável, parecendo valer mais a qualidade individual.

O adulto procura andar sempre em pares, procurando um amparar o outro, levando uma vida conjunta, tal qual uma partida de futebol, que, para ter sucesso, há uma necessidade premente de que o elenco tenha conjunto e entendimento entre os seus participantes.

Os velhos andam quase sempre sós, conversam com eles mesmos, fazem as suas lambanças escondidas e, caso admoestados, fazem que não estão entendendo  nada do que está acontecendo ao seu derredor.

 

JARBAS MIGUEL TORTORELLO