O PADRE TORCEDOR
O Padre torcia para um clube de futebol do Estado de São Paulo e como torcia.
Certa ocasião, antes do inicio da missa, quase na hora do sermão, solicitava aos paroquianos para que torcessem para o seu time.
Se por um acaso o seu clube fosse vencedor, teria conquistado dez títulos nos últimos vinte anos.
Mas, nem queria saber para quem os religiosos torciam.
Ele queria que, naquela data no domingo à tarde, a maior parte dos paroquianos torcessem para o seu time, que ganhariam uma indulgência sagrada.
Na reza do sábado a noite, já tinha feito muitas orações.

O seu clube teria que vencer aquela partida marcada para as dezesseis horas do domingo.
Um paroquiano, terminada a reza do sábado, foi conversar com o sacerdote.
Queria que o pároco o deixasse torcer para o clube de sua predileção naquele domingo.
A resposta foi negativa, somente torcer para seu clube uma única vez que ganharia até a absolvição.
Bem, como era torcer somente uma vez, o paroquiano concordou em mudar a sua opinião.
O clube do Padre acabou ganhando a partida, com um golzinho marcado ao apagar das luzes.
O pároco rezou bastante para aquele paroquiano.
Afinal de contas, torcer uma única vez contra o seu time, não seria pecado.
Naquela noite, como havia quermesse do Santo Padroeiro, o Padre acabou pagando frangos assados para muitos torcedores.
Os marianinhos e as filhas de Maria não perderam a oportunidade de festejar juntamente com o bom Padre a vitória conseguida à duras penas e com grande sacrifício.
JARBAS MIGUEL TORTORELLO