O PESCADOR E O REI
O pescador, em companhia de sua mulher e de um filho menor, morava em uma choupana a beira do rio, ganhando a sua vida na pesca diária.
O produto de suas pescarias era levado em uma bicicleta para o vilarejo, que não ficava muito próximo dali.
No final do mês não arrecadava nem um salário mínimo, mas vivia alegre em sua profissão.
Assim, sempre viveu, relatando os seus casos, que não eram poucos, para os visitantes e para os seus colegas ribeirinhos.
Alegrava-se quando recebia um presente, mesmo que fosse de valor ínfimo.
A sua humildade não o deixava pensar em dinheiro, acostumado que estava em levar uma vida bem simplória.
Ali, naquele casebre, reinava a paz e todos eram felizes, apesar da visível miserabilidade.
O rei, no interior do seu castelo, também cumpria as suas obrigações diárias frente aos seus vassalos.
Mas, vivia infeliz, não sabendo identificar o motivo dessa tristeza.
O seu castelo, os seus tesouros, as alegrias da rainha e das princesas, as suas carruagens belíssimas, nada o deixava contente e feliz.
Vivia na riqueza e na pompa, mas não conseguia a paz interna que tanto almejava, estando sempre irritado e tristonho.
O rei, em sua bonita carruagem, foi fazer uma visita ao pescador, perguntando a ele porque, apesar de suas dificuldades, vivia sempre alegre e rodeado de amigos ribeirinhos.
O pescador, sem titubear, respondeu que ficava feliz porque era governado por um rei justo, caridoso e trabalhador, por uma rainha que ajudava as pessoas humildes e pelas princesas que cantavam alegremente para o povo do seu reino.
O rei ficou surpreendido com a resposta dada pelo pescador, procurando daí em diante ser ainda melhor para o seu povo.
JARBAS MIGUEL TORTORELLO