OS ALMOÇOS AOS DOMINGOS
Os parentes, em alguns domingos, vinham para nossa casa, onde o almoço era feito.
Era gente de Rio Preto, de Cedral, de Catiguá, de Catanduva e de Ribeirão Preto.
As mulheres ainda tinham tempo de pegar a missa das dez, enquanto os homens preferiam sentar-se à frente de casa, conversando assuntos variados.
As crianças, mais imaginativas, dedicavam-se aos jogos e outras brincadeiras.
Minha mãe, ajudada por algumas amigas do bairro, preparavam o almoço.
O capelete, de preferência, não faltava, sempre acompanhado de pães feitos em casa e algum tipo de carne.
Quando ela dava o sinal que a comida já estava pronta, todos tomavam os seus lugares à mesa.
As crianças acomodavam-se em mesas colocadas no fundo do quintal.
Assim, a casa por volta de treze horas, estava apinhada, com irmãos, irmãs, tios, tias, primos, primas, pais, mães e filhos.
O almoço era servido, precedido por uma ligeira oração, ocasião em que o silêncio reinava, alguns deliciando-se com sucos, guaranás e cervejas.
A sobremesa sempre era uma surpresa, caprichosamente feita pelas cozinheiras, bem como o cafezinho coado na hora.
Quantas saudades daqueles almoços, em que os parentes da região se reuniam para contar as novidades do dia a dia.
Depois de um descanso, todos tomavam fôlego para as viagens de volta.
Alguns voltavam de carro, mas a maioria preferia viajar no trem das oito horas, em retorno às suas cidades.
Como lembrado, naquela época, os parentes eram mais unidos, principalmente nos domingos dos almoços.
JARBAS MIGUEL TORTORELLO