OS ALMOÇOS AOS DOMINGOS

24/10/2016 16:38

 

         Os parentes, em alguns domingos, vinham para nossa casa, onde o almoço era feito.

         Era gente de Rio Preto, de Cedral, de Catiguá, de Catanduva e de Ribeirão Preto.

         As mulheres ainda tinham tempo de pegar a missa das dez, enquanto os homens preferiam sentar-se à frente de casa, conversando assuntos variados.

         As crianças, mais imaginativas, dedicavam-se aos jogos e outras brincadeiras.

         Minha mãe, ajudada por algumas amigas do bairro, preparavam o almoço.

         O capelete, de preferência, não faltava, sempre acompanhado de pães feitos em casa e algum tipo de carne.  

         Quando ela dava o sinal que a comida já estava pronta, todos tomavam os seus lugares à mesa.

         As crianças acomodavam-se em mesas colocadas no fundo do quintal.

         Assim, a casa por volta de treze horas, estava apinhada, com irmãos, irmãs, tios, tias, primos, primas, pais, mães e filhos.

 

         O almoço era servido, precedido por uma ligeira oração, ocasião em que o silêncio reinava, alguns deliciando-se com sucos, guaranás e cervejas.

         A sobremesa sempre era uma surpresa, caprichosamente feita pelas cozinheiras, bem como o cafezinho coado na hora.

         Quantas saudades daqueles almoços, em que os parentes da região se reuniam para contar as novidades do dia a dia.

         Depois de um descanso, todos tomavam fôlego para as viagens de volta.

         Alguns voltavam de carro, mas a maioria preferia viajar no trem das oito horas, em retorno às suas cidades.

         Como lembrado, naquela época, os parentes eram mais unidos, principalmente nos domingos dos almoços.

 

JARBAS MIGUEL TORTORELLO