PERNILONGO

23/02/2017 17:24

 

Letícia morava perto de um estádio de futebol em uma cidade do interior, saindo de sua sala para ir até a cozinha.

Ocorre que, durante a passagem por sua rua de torcedores que deixavam o campo, como a sua janela que estava aberta e voltada para a via, ficou fácil para um meliante subtrair dali uma aliança de ouro que se encontrava em cima de uma mesinha.

Outras jóias que se encontravam dentro de uma caixinha, na gaveta da mesinha, também foram surrupiadas.

A moradora, voltando para a sala, logo notou a falta da aliança do seu casamento, objeto de estimação.

Abrindo a gaveta verificou também que as outras jóias guardadas na caixinha também foram furtadas.

 A vítima, naquela mesma noite, compareceu à delegacia para registrar o boletim de ocorrência, sendo a autoria ignorada.

Um investigador que a tudo assistia, logo foi lhe dizendo que, naquela noite, na praça principal da cidade, um conhecido amigo do alheio, apelidado de Pernilongo estava tentando vender alguns objetos.
 

                                                               

Pernilongo, na parte da manhã do dia seguinte, já era conduzido coercitivamente para a delegacia.

Estava com sua família em casa, não opondo nenhuma dificuldade para visitar o delegado, antigo conhecido seu.

Vítima e suspeito estavam na sala da delegacia, frente a frente.

- Pernilongo, disse Letícia, você levou alguma coisa de minha casa?

Como ambos já se conheciam, Pernilongo não negou, dizendo que o par de brincos tinha dado para sua namorada, enquanto que as outras jóias ele tinha vendido para desconhecidos.

Disse ainda que tinha consigo um colar de perolas, um bracelete, uma pulseira de prata, prontificando-se a devolver essas jóias, inclusive os brincos que estavam com sua namorada.

Pernilongo cumpriu a sua promessa, devolvendo os objetos que ainda estavam em seu poder.

Embora indiciado ele dizia que a vítima era sua conhecida, mas que não podia deixar as suas jóias expostas em uma mesinha que dava para rua.

Aquilo era um convite para as pessoas que se encontravam em dificuldades, mesmo porque, embora procurasse emprego em toda cidade, ninguém queria contratá-lo em virtude do seu passado não recomendável.

Mas, apesar dessas alegações, Pernilongo acabou mesmo sujando os seus dedos durante o seu indiciamento, respondendo pelo delito de furto de jóias.    

Assim, ele, embora estivesse internado várias vezes no centro de atendimento aos menores, agora, já maior, teria que enfrentar as prisões acaso determinadas pela justiça em inquéritos policiais instaurados de acordo com a lei.

 

JARBAS MIGUEL TORTORELLO