TOSTÃO
As várias denominações da moeda brasileira têm sido mais rápidas do que a troca de roupa diária de uma pessoa.
O caminho tem sido longo e pedregoso, uma verdadeira “cruzada” do “mil réis” ao cruzeiro antigo, do cruzeiro ao cruzado, do cruzado novo à URV e, finalmente, ao “real”, a revelar a nossa constante instabilidade monetária.
Somente o “caçula”, o estável centavo, subdivisão da unidade do nosso sistema monetário, é que sempre continuou e continua firme com estabilidade de pasmar, atravessando incólume pelas constantes reformas e pelos planos econômicos governamentais, não importando o seu nome de batismo, Sarney ou Verão, Bresser ou Cruzado, Collor ou Real.
A mudança não se encontra presente em nosso sistema monetário, mas também nos índices de correção das várias moedas, de acordo com o seu período de vigência.
A própria Justiça, quando acionada para aplicação do cálculo de atualização monetária, tem encontrado dificuldades para decidir essa problemática charada, culminando mesmo com a elaboração de tabelas práticas, de acordo com a jurisprudência predominante nos Tribunais.
Mas o nosso centavo, palavra introduzida no mundo monetário pela Argentina, não sofre as agruras dos planos econômicos, passando incólume e estável através dos tempos.
Desde a época do “tostão”, que correspondia a moeda de cem réis, ou ao nosso atual dez centavos, esse fenômeno se repete.
(tostão frente e verso)
Essa moeda divisionária tem se mostrado de uma incrível estabilidade, a fazer inveja aos mais diversos sistemas monetários.
Essa mesma façanha também ocorre com as moedas divisionárias de grande parte de todo mundo.
JARBAS MIGUEL TORTORELLO