UMA MOÇA TRISTE
Ela se sentava nas últimas fileiras da sala de aula, parecendo sempre triste, com um olhar enigmático, não se sabendo o seu significado, nem para onde ele se voltaria.
Nada contava sobre ela e sua vida.
Alguns diziam que ela fora vítima de uma grande decepção, quando no raiar de sua juventude.
Na classe somente respondia, vez ou outra, as perguntas dos mestres, mesmo assim em poucas palavras, sempre incompletas.
Não sorria nunca, o seu rosto, embora bonito, sempre trazia a marca de um negativismo quase que inexplicável.

Na aula de educação física, percebia-se que o seu belo corpo não fora adestrado para esse tipo de atividade física.
Repetia a ginástica ensinada pela professora, mas sempre sem qualquer vibração, motivação ou inovação.
Não tinha hábito de frequentar eventos esportivos e divertidos, ou mesmo curtir qualquer iniciativa de divertimento advinda dos seus colegas.
Ela acabou se formando professora, mudando completamente o seu modo de vida.
Levantava-se de manhã, repleta de otimismo, alegre e sorridente, passando a exercer as suas atividades de mestra.
Tratava e sabia conduzir muito bem os seus alunos e alunas, sempre amável e prazenteira, acabando a competência demonstrada uma surpresa para todos.
Com o tempo deixou de ser uma moça triste, passando a levar uma vida repleta de alegrias, compartilhando a sua amizade com todos aqueles que a acercavam.
JARBAS MIGUEL TORTORELLO