UMA PLANTAÇÃO
Ele era aposentado e tinha um pequeno lote de terras, adquirido em trinta prestações, localizado nos arrabaldes de um lugarejo.
Dois jovens procuraram o dono desse lote para alugá-lo, dizendo que seria usado para fazer pequenos plantios de verduras e mandiocas.
O terreno foi alugado por um salário mínimo, quantia até razoável, uma vez que o seu dono não tinha condições financeiras para construir o seu grande sonho, que seria a sua casa própria.
O matagal era intenso e a tiririca tomara conta de toda aquela área.
Os jovens limparam o terreno, deixando-o preparado para os plantios.
A plantação até que estava bonita, uma vez que era regada quase todos os dias por um idoso que morava ali por perto.
O filho do aposentado, que morava em uma cidade vizinha veio visitar o seu pai.
O filho contou o caso para o seu pai, afirmando que aquele aluguel iria ajudá-lo.
Mas, a polícia alertada por terceiros, desconfiou daquele estranho aluguel indo até o local.
A polícia, com ajuda do seu perito, afirmava que a plantação não era de verdura e mandiocas, mas se tratava de uma plantação de erva proibida pela legislação brasileira.
Os jovens que tinha alugado o terreno, vendo a polícia no local, nunca mais apareceram para cuidar de suas plantinhas, sendo pessoas desconhecidas naquele vilarejo.
O aposentado ficou bastante triste com tudo aquilo que acontecera, resolvendo vender o terreno por um preço até barato, embora o lote custou a ele muitas dificuldades e sacrifícios.
Na verdade aquelas plantinhas eram de “canabis sativa”, conhecidas popularmente por maconha.
A polícia lavrou o competente boletim de ocorrência, registrando ali que a materialidade estava provada, mas a autoria era desconhecida.
A plantação foi arrancada pela municipalidade, quando soube que se tratava de um cultivo de erva proibida.
JARBAS MIGUEL TORTORELLO